segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A natureza deve ser mais que um belo quadro



É muito comum ouvir algumas pessoas dizerem em tom de nostalgia, algo do tipo "Ah, como era bom correr na terra e pisar na grama". Estas palavras podem vir de nossos avós talvez, mas podem também vir de pessoas mais jovens, que perderam o contato com a natureza.


A evolução tecnológica cresceu num ritmo muito rápido nos últimos 20 anos, isso fez com que deixássemos em segundo plano algo que é vital para o ser humano: o contato com a natureza.

Para o americano Richard Louv, autor do livro A Última Criança na Natureza, a nostalgia em relação a falta que a natureza faz, nada tem a ver com um saudosismo barato. Mas, sim, com os impactos negativos causados pelo o que ele chama de Transtorno de Deficit de Natureza - termo criado por ele.


Em contrapartida aos seus avós que corriam no campo ao suave balançar das árvores, as crianças hoje passam menos horas ao ar livre e, consequentemente, mais tempo confinadas em casa, vendo TV ou jogando videogame. Essa é uma das grandes causas da obesidade infantil. Meninos e meninas que ficam na frente de telinhas são menos ativos do que os que correm no parque, sobem em árvores.

Segundo o pesquisador, há transtornos psicológicos causados pela carência de contato com a natureza citar transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH), além de problemas cognitivos. Hoje, há muitos estudos mostrando que o contato com a natureza - ainda que pequeno e por pouco tempo - pode reduzir os sintomas desses distúrbios.

Uma pesquisa de um grupo na Universidade de Chicago que estuda distúrbios de atenção entre crianças comprovou que meninos e meninas de 5 anos tiveram uma melhora significativa com caminhadas curtas em parques.

Pesquisadores da Universidade de Essex também mostraram impactos psicológicos mensuráveis em adultos depois de apenas cinco minutos andando entre árvores. Porque adultos, obviamente, também se beneficiam do contato com a natureza.






Uma pesquisa recente encomendada por uma multinacional de bens de consumo, e realizada com 12 mil pais de crianças entre cinco e 12 anos, apontou que as brincadeiras ao ar livre estão, de fato, em declínio. No Brasil, 84% das crianças brincam ao ar livre por apenas duas horas ou menos diariamente, enquanto 40% tem uma hora ou menos para este tipo de atividade.

“Não vou dizer que criar espaços verdes em cidades grandes seja algo fácil”, pondera Louv. “Mas podemos começar com programas que tirem as crianças de casa, com organizações que façam parcerias com fazendas perto da cidade, empresas que patrocinem ônibus de transporte. As próprias escolas podem ajudar e encorajar isso”.


E você, costuma buscar mais contato com a natureza, ou prefere ficar olhando aquele quadro na parede do escritório?

Finalizando este post, gostaríamos de deixar aqui algumas dicas para usufruir do contato da natureza:

1) levar as crianças a uma área verde onde tenha contato com animais e plantas pelo menos uma vez por semana; 

2) reservar uma hora por dia para brincadeiras que não utilizem nada de tecnologia; 

3) fazer 30 minutos de caminhada 3 vezes por semana, de preferência em parques ou praças.




Respire fundo e siga em frente!


Pista de caminhada em meio à mata nativa, no Vila Ventura







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